A Assembleia de Deus além de ser a maior igreja evangélica do Brasil também teve o maior êxito em relação aos candidatos que colocou para disputar as eleições de 2010. Foram 30 candidatos a deputado federal e destes, 22 foram reeleitos, ou seja 73,3% de sucesso, algo que nem mesmo o Partido dos Trabalhadores (PT) conseguiu fazer, pois ele lançou 334 candidatos para esse cargo e apenas 88 deles (26,3%) foram eleitos.
Esses candidatos assembleianos foram escolhidos em uma reunião entre o deputado federal Ronaldo Fonseca (PR-DF) e o pastor José Wellington Bezerra, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus, meses antes de iniciar a campanha eleitoral.
Depois de eleitos, os 22 deputados federais ligados à AD se reúnem todas as terças-feiras para discutirem assuntos que estão em pauta no Congresso e a forma como eles devem se posicionar a respeito. Apesar de não representarem o mesmo partido e nem o mesmo Estado, eles possuem autonomia para decidir assuntos de ordem moral.
“Temos um acordo com nossos partidos: se o que está em pauta na Casa atentar para alguma questão moral, temos independência. Foi assim que derrubamos o kit gay”, disse o deputado Ronaldo Fonseca lembrando a importância da bancada evangélica diante de assuntos polêmicos como foi o kit anti-homofobia organizado pelo Ministério da Educação.
“Os partidos sabem que não tem como segurar esses deputados. Falou em aborto, descriminalização da maconha ou casamento gay, os evangélicos votam contra. O PSC é base do governo Dilma, mas nem adianta pedir apoio nessas questões”, observa o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira.
Em falar na Frente Parlamentar Evangélica, um terço dela é formado por parlamentares assembleianos, sendo que o presidente, o deputado João Campos também é ligado às ADs.
Projetos para o segundo semestre
Nesse segundo semestre, os deputados assembleianos vão trabalhar para discutir duas pautas. A primeira é a nova versão do Projeto de Lei 122/2006 que está sendo reescrito pela senadora Marta Suplicy em parceria com o senador Marcelo Crivella (ligado à Igreja Universal do Reino de Deus). “Queremos que o empregador possa estabelecer critérios para não contratar alguém. Inclusive por diferenças de religião ou opção sexual”, afirma Fonseca, e continua: “Se você não quiser me contratar por eu ser pastor, tudo bem. Mas quero ter o direito de, caso eu tenha uma empresa só com homens, não contratar gay”.
A outra pauta se refere a promover um plebiscito nacional que substitua a aprovação do Supremo Tribunal Federal, que julgou constitucional a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A reivindicação dos deputados evangélicos ganhou fôlego e substância após a divulgação, na semana passada, de pesquisa do instituto Ibope Inteligência, que revelou que 55% dos brasileiros são contra a união estável para casais homossexuais.
Fonte: Gospel Prime
Com informações OGlobo
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